Crianças brincando juntas representando a Geração Alpha. Foto Reprodução: Freepik

Geração Alpha

A geração alpha ou “filhos da tecnologia”, nascidos após 2010, apresenta características únicas de aprendizado, moldadas pelo contexto tecnológico em que já nasceram inseridas. Por meio desse privilégio, é possível observar a capacidade que crianças desta geração possuem de interagir com naturalidade com essas tecnologias.

Essa geração nasce em um tempo de muitas transformações, em que as tecnologias estão altamente avançadas e a quantidade de informações a que se tem acesso hoje é absolutamente gigantesca. No entanto, a quantidade de informações e a velocidade com que elas são passadas caracterizam, como Bauman (2009, P.9) aponta, o que ele denomina “liquidez” ou “modernidade líquida”, uma vez que as relações tendem a percorrer seu rumo de uma maneira mais fluída. Dessa forma, a metáfora se ajusta perfeitamente a este contexto, pois ela se refere à dinamicidade e velocidade com que as crianças aprendem.

Características da Geração Alpha

Considerando o contexto supracitado, estas são algumas das características que as crianças nascidas após 2010 podem apresentar: espontaneidade, curiosidade, atenção a tudo que está a sua volta, autonomia, fácil adaptação, versatilidade, constante questionamento, hiper conectividade, independência,

1. Conectividade com a tecnologia
2. Forte curiosidade e desejo de independência
3. Aprendizagem virtual e interativa
4. Constante questionamentos
5. Desenvolvem habilidades de maneira mais acelerada por conta da tecnologia
6. Mestres em fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo, e conectar diferentes assuntos

Segundo a pesquisa Panorama, realizada pela Mobile Time e Opinion Box, 44% das crianças brasileiras entre 0 e 12 anos já possuem seu próprio smartphone. O estudo vai mais adiante e aponta que as crianças passam quase quatro horas por dia no celular. Isso, consequentemente, gera impactos na forma como a criança vai se relacionar com o mundo exterior, tanto na entrega quanto no recebimento de informações.

Também é possível notar uma mudança nas capacidades socioemocional que as crianças desenvolvem através da exposição dinâmica ao novo.

1. Comunicação e flexibilidade:

• No geral, as crianças da geração alpha são mais independentes e flexíveis. Através dos estímulos que recebem, sentem muita facilidade para exercitar essa independência na hora de se comunicar e adaptar-se nas mais diversas situações

2. Empatia e inteligência emocional

• Mais empatia, pois essa geração já nasceu aberta ao que parece “diferente”, muito em razão do acesso facilitado à Internet e dos movimentos crescentes em prol da inclusão e da diversidade. Portanto, são os maiores responsáveis por tornar essas crianças mais receptivas àquilo que não integra a própria realidade;

3. Curiosidade em aprender

• Cheios de questionamentos e estímulos, os Alphas estão sempre desbravando o conhecimento de maneira independente, pois sentem a necessidade de saber, de conhecer, de criar, e de fazer.

A neurociência da aprendizagem

As tecnologias como computadores, celulares, tablets e smart TVs submetem as crianças a uma alta exposição diária a telas, hiper estimulando e inundando-as com diversos sinais sensoriais, principalmente visuais, desde a primeira infância. Estudos da neurociência têm apontado que as crianças experimentam muito mais do que uma evolução tecnológica, mas sim um evolução do pensamento; o córtex frontal, responsável por nossa capacidade de pensamento, movimento involuntário, linguagem e percepção, tem uma alta capacidade de se adaptar ao ambiente, garantindo, assim, habilidades especiais em comparação ao cérebro de crianças não expostas às mídias digitais.

De acordo com Marc Presnky, a imersão precoce na era digital provoca alterações cerebrais nas crianças, acelerando o desenvolvimento cognitivo. A vasta quantidade de informações acessíveis estimula a criatividade e a curiosidade, antecipando fases como a dos “porquês”, que agora se manifesta em idades cada vez mais precoces.

Como garantir a aprendizagem da Geração Alpha?

Como visto acima, essas crianças não conhecem um mundo sem os computadores, tablets e celulares. A tecnologia se tornou algo natural no cotidiano das crianças. É tão natural e intrínseco quanto comer, andar e falar, em comparação com as gerações que não nasceram expostas a esse avanço digital.

Respostas com apenas um comando de voz ou pesquisas extensas a apenas um clique de distância, tornam o processo de aprendizagem mais fácil e atrativo para essa geração que já se apresentam com um imediatismo característico da modernidade líquida em que estão inseridos. Com isso, a facilidade com que manuseiam a tecnologia está inata a eles, é natural.  Por isso, a educação e a maneira como eles constroem conhecimento é diferente das demais gerações.

Com o tempo, essas crianças vão ficando mais independentes, afinal, elas já conseguem fazer muitas coisas sozinhas, como baixar um joguinho ou aprender algo novo. Como adoram novidades, elas aprendem na prática, explorando e descobrindo por si mesmas.

A inclusão da tecnologia no processo de ensino também gera grande interesse por parte das crianças, já que o uso aliado ao aprendizado aproxima à realidade que elas já estão acostumadas em aprender, garantindo um ensino com base nos seus próprios interesses. Eventualmente, funciona como uma via de mão dupla, no qual o aluno pode acessar o conhecimento através dos seus próprios interesses, facilitando a absorção cognitiva da aprendizagem.

Concluindo…

Nesse sentido, já ficou claro como a tecnologia pode se tornar uma aliada natural quando se trata da aprendizagem desta geração tão promissora. Alguns cientistas gostam de usar o termo que um dispositivo eletrônico como o celular, por exemplo, já se tornou parte essencial da criança, como se fosse uma parte do corpo. Com isso, é importante se atentar também ao tempo de uso de tela, e garantir que as crianças estejam fazendo o uso do tempo de tela para fins produtivos, em um espaço seguro.

O Inglês é uma língua muito importante hoje em dia, e tem se mostrado cada vez mais necessário, também por conta do avanço da tecnologia. Alinhar um aprendizado prazeroso com os interesses da criança é uma estratégia muito poderosa para construir o futuro da criança. São infinitas as portas que se abrem tendo o inglês na manga!

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REFERÊNCIAS

Tatiara H.M. Labre; Gladys R. Garcia. O Desafio Pedagógico da Geração Alpha. Disponível em: https://periodicos.unir.br/index.php/culturaefronteiras/article/view/6682/pdf

https://fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/cerebro.htm#:~:text=C%C3%B3rtex%20cerebral,%2C%20Linguagem%2C%20Julgamento%20e%20Percep%C3%A7%C3%A3o.&text=Respons%C3%A1vel%20pelas%20fun%C3%A7%C3%B5es%20de%3A%20Movimento%2C%20Equil%C3%ADbrio%20e%20Postura.